Para a comemoração da Semana do Meio Ambiente da EMAE de 2024, realizamos nossas atividades internas e externas focadas na demonstração do impacto que causamos no meio ambiente e na forma como podemos introduzir, no nosso dia a dia, pequenas ações que possam contribuir para um futuro mais sustentável e com menor impacto sobre o nosso Planeta.
Adotamos como ferramenta de percepção ambiental a Pegada Ecológica, que é um indicador que avalia a quantidade de recursos naturais renováveis utilizados pela humanidade, comparando com a capacidade do planeta em regenerá-los. Essa métrica dimensiona a área necessária para produzir os recursos que consumimos e absorver os resíduos que geramos, especialmente as emissões de carbono, que causam mudanças severas sobre o clima. O conceito foi desenvolvido pelos pesquisadores William Rees e Mathis Wackernagel, na década de 1990, na Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, com o objetivo de ilustrar a pressão humana sobre os ecossistemas terrestres (Wackernagel & Rees, 1996).
A metodologia da Pegada Ecológica é crucial para o entendimento de como podemos ser “mais sustentáveis”, pois permite avaliar os efeitos das atividades humanas e a capacidade de suporte da Terra, isto é, até quando e o quanto podemos consumir os recursos naturais disponíveis. Conhecer essa metodologia é importante porque fornece uma visão clara do impacto ambiental individual e coletivo, facilitando a identificação de práticas insustentáveis e promovendo ações para reduzi-las. Além disso, a Pegada Ecológica é uma ferramenta educacional poderosa, ajudando a conscientizar as pessoas sobre os limites ecológicos do planeta (Wackernagel et al., 2002).
A importância da Pegada Ecológica no cotidiano das pessoas reside na possibilidade de tornar visíveis as consequências de suas escolhas de consumo e estilos de vida. Ao compreender como suas ações contribuem para o uso dos recursos naturais, os indivíduos podem tomar decisões melhor fundamentadas e responsáveis. Por exemplo, optar por produtos de baixo impacto ambiental, reduzir o desperdício de alimentos, usar transporte público ou bicicletas em vez de carros particulares, e consumir menos energia em casa, etc. (Global Footprint Network, 2021).
Para reduzir a nossa Pegada Ecológica, podemos adotar diversas práticas sustentáveis. Entre elas estão a redução do consumo de energia, preferindo fontes renováveis; a diminuição do uso de plástico e produtos descartáveis; a escolha de alimentos orgânicos e de produção local, assim como produtos de origem animal, que consomem grande quantidade de energia na sua cadeia de produção; a prática da reciclagem e compostagem que resulta numa redução de consumo de matérias primas e descarte de resíduos no ambiente; e a promoção de um estilo de vida minimalista, focado na redução do consumo desnecessário. Além disso, é fundamental apoiar políticas públicas que incentivem a diminuição do nosso impacto ambiental negativo sobre a Terra, por meio de ações e atitudes mais sustentáveis, colaborativas de proteção ambiental. Esse foi o nosso convite para todos que participaram da Semana do Meio Ambiente.
Referências:
– Global Footprint Network. (2021). Ecological Footprint. Recuperado de https://www.footprintnetwork.org/our-work/ecological-footprint/
– Wackernagel, M., & Rees, W. (1996). Our Ecological Footprint: Reducing Human Impact on the Earth. New Society Publishers.
– Wackernagel, M., et al. (2002). Tracking the ecological overshoot of the human economy. Proceedings of the National Academy of Sciences, 99(14), 9266-9271.
– WWF. (2022). Living Planet Report. Recuperado de https://www.worldwildlife.org/pages/living-planet-report-2022
Admilson Clayton Barbosa é biólogo, mestre em Ciências Ambientais, Doutor em Planejamento e Uso dos Recursos Hídricos. Gerente de Meio Ambiente e Patrimônio Imobiliário da EMAE.